sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"...Um alento Nativo..." Marlon Risso

Foto de Lisiane Fontoura na Estância Caty.


A seca que assola o nosso estado não é de hoje, já vem desde setembro de 2010. Por vezes ela diminui um pouco, mas como se vê, volta a assolar a nossa terra. Hoje só estamos pagando a conta do que nós mesmos (humanidade) impusemos um dia.

Digo-lhes isso, pois o que se vê é a substituição do nosso tão subestimado campo nativo através de uma inversão de valores, planta-se árvore (eucalipto), onde é lugar de pecuária (RS) e cortam-se árvores para produzir pecuária onde é local de árvore (MS). Há ainda a rotulação de que o campo nativo é improdutivo o substituindo por culturas exóticas, fato menos grave, mas que às vezes também torna-se um problema. Porém toda essa substituição por conta da busca imediata por lucro faz com que sejam esquecidos valores importantes na constituição social do nosso Pampa. Foi ele quem evitou por muito o êxodo rural, fazendo com que ainda existam as estâncias, peões, changueiros, aramadores, andarilhos...

Isso mesmo senhores, o campo nativo é sim responsável também pela formação cultural do nosso povo. Uma vez que a nossa poesia e música falam sempre em campo, cavalo, gado, ou seja, coisas de fundamento inseridas neste contexto.

O campo nativo precisa ser valorizado através de ações de manejo racional.

Manejem esse campo –herança primeira

Da América grande que nos deu abrigo

Ele que há tempos sustenta a gente

Sem voz pra reclames há tantos castigos.

Estes versos acima, uma parceria minha com o Acélio Fontoura Jr. retratam exatamente o que vem acontecendo há tempos e precisa ser mudado. Principalmente para que em épocas como a que estamos vivendo, seca, o impacto não seja tão grande. E, assim, a hora que a chuva vier o campo mostra toda sua força.

Por falar em chuva, ela brindou o pago, e me inspirou aos versos, que compartilho com os amigos.

Alento veraneiro

Chuva mansa que a manhã veio brindar

Com o vento a brincar traz vida nova ao pago

Quando abençoa a Pampa com toda sabedoria

Traz alento a gadaria que busca sustento no pasto.

A natureza agradece a chuva que vai molhando

Com um sabiá assoviando uma cantiga à querência

Enquanto eu mato a sede num mate recém sevado

Qual o pasto molhado, com toda sua essência.

A manhã gris nos mostra o alento veraneiro

Na felicidade do terneiro que retossa na coxilha,

De quando a trovoada entropilha as garças no açude,

Mas depois vem a quietude, da sabedoria andarilha.

A chuva segue mansa, e eu aqui a matear

Então me ponho a pensar na terra tão castigada

Por tantas vezes judiada pelas árvores em linha

Por outras segue rainha pela chuva abençoada

Depois verdeja o campo que na várzea se entona

Porque a Pampa chimarrona pela água se escraviza

E a chuva que ameniza um sofrimento altivo

Num momento sensitivo faz o campo mostrar a vida

Marlon Risso,

Fevereiro de 2012.




@Rafael_Garcia1



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resultado 4º Festival Cesar Passarinho.



1º Lugar:
Contando as Estrelas (Letra: Rafael Chiapetta e Melodia: Juliano Gomes)

2º Lugar:
De Pé Trancado Nas Casas (Letra: Carlos Omar Vilela Gomes e Musica: Piero Ereno e Samuel Costa)

3º Lugar:
Por Ter Alma e Sentimento (Letra e Musica: Fabio Soares)


Melhor Arranjo: Por Ter Alma e Sentimento
Melhor Interprete: Jean Kirchoff e Ita Cunha
Melhor Intrumentista: Samuel Costa (Samuca)
Melhor Letra: Contando As Estrelas de Rafael Chiapetta
Musica Mais Popular: Alçado (Hermes Reges lopes e Juliano Moreno).




Patrique Severo @patriqsevero

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobrou Vontade.


" Sobrou Vontade..."

Sob o vento abafado e manso dessa noite veraneira,sobrou lembranças e vontades de voltar no tempo, mas ao mesmo tempo rondavam-me as vontades de começar o 'amanhã' logo,pois os bons ares sopravam na mente,mostrando o que fazer no próximo dia.

Esta noite,sobrou vontade de matear quimeras com os 'meus' que já se foram,sobrou vontade de ouvir o sonido da botoneira benzendo os galpões de estância,sobrou vontade de dizer o que não disse e de fazer o que não fiz,e que podia ter mudado meus rumos no tempo.

Sobrou vontade...

Talvez a lua aquietada no trono do céu escuro,pensasse solita o mesmo que eu estou a pensar,na sua intenção de ter iluminado tantas outras noites passadas.

Sobrou vontade da lua luzir caminhos para tantos...

O amanhã será bom, pois eu farei o necessário pra torná-lo um dia marcante na vivência do meu ser.É assim que devemos pensar quando nos paramos indecisos entre o remorso do não feito e a ânsia do que fazer.

- Um largo canto de grilo segue no meu costado,como a gritar suas vontades,que sobram no seu cantar.

Sobrou vontade do grilo gritar para tudo e todos...

Vamos juntar nossas vontades,fundindo-as aos nossos sonhos,assim concerteza o amanhã será do jeito que almejamos.O amanhã reunirá todas as vontades e as organizará no seu fiel destino diário.

Sobrará amanhãs de felicidade,amor e inúmeras benquerenças à todos...


" Esta noite presenciou o que penso e o que quero

- entendeu-me - e assim espero que converse com a manhã,

Me entregando um amanhã floreado de bons prazeres

e assim, cuide os deveres que a vida cobra da gente,

Pra vivenciar o presente de um jeito bem mais tranquilo

cada um no seu estilo,cuidando as pedras da frente...

Sobraram versos afoitos que se fizeram vontade

mas a sua realidade será descreverem o depois,

Tal qual o rastro dos bois que deixa um rumo traçado

- meu sonho é inacabado e procura realizações,

Que no interior dos galpões os 'meus' mateiam,por quietos

sobrando luz e afeto no sonho dos corações...

A noite me cobra descanso,pois o amanhã será lindo

e eu me despeço sorrindo,com o semblante costumeiro,

Sobrando um olhar luzeiro que enxergar mais que o horizonte

trazendo imagens de 'ontonte' pra emoldurar hoje em dia,

Formando então a sintonia que iguala o ser terreno

apartando sempre os buenos pra regarem nostalgias "


Texto de Matheus Costa.



Patrique Severo @patriqsevero

domingo, 27 de novembro de 2011

Um Trago Ao Tempo...






Um trago ao tempo...ofertei na ânsia de olhar mais longe, na mesma ânsia contida que carrego dentro da alma...
Um trago ao tempo... ofertei, pra rever os meus caminhos. Pedi ao tempo que se aquietasse à meu lado, somente nós dois,numa franca conversa,dessas que não se fala nada,porém,se entende tudo...
Num trago de paciência proseei com o tempo o que me faltava para uma completa satisfação na vida pessoal. O tempo com seus olhos gachos e voz sussurrante,me contou que não apurasse as rédeas da vida, apenas me afirmasse nos arreios da alma e deixasse o meu próprio tempo recorrer as distintas porteiras e invernadas que o destino oferece.

Um trago ao tempo... ofertei, no interesse de saber por quê me arrinconei distante da cidade, sobre este solo pampeano que afago sempre que o sol desponta no horizonte.
O tempo bebeu o trago, e sem falar nada,somente me fez olhar ao campo, contemplar cada coxilhão estendido,cada tropilha que rasga o chão sulino num galope,cada estrada que une tantos sonhos de tantos corações distantes, me fez olhar pra meu rancho humilde,quinchado, porém com o sentimento mais vasto habitando o seu interior, e por fim me fez olhar pra dentro de mim mesmo, e assim,descobrir o campo que cresce nos meus olhos, e se faz parador no meu peito.
O último trago ao tempo... ofertei, pensando na despedida, pois a noite se adentrava e o cansaço pesava já nas vistas.
O tempo levantou manso e então parou frente à mim,se foi sem nem falar nada, mas falando tudo... Eu também busquei meu rumo, guardando em mente os tantos ensinamentos que o tempo me ofertou.
Quem sabe no ventre da madrugada eu ainda sonhasse com o tempo, tentando descobrir mais alguma indagação que se fazia presente em mim. Não sonhei, mas tive a imensa certeza de que as respostas que me faltam,somente o tempo, - no seu próprio tempo- irá me confidenciar !

Eu hoje falei com o tempo,numa conversa silente
lhe relatei o presente,tentando saber o futuro...
O tempo por si é sábio e me contou sem dizer
que é necessário viver o atual tempo da alma
No coração : sempre calma,rédea firme em emoções
sem ressábio de previsões,pois o futuro está guardado,
e às vezes é no passado que desccobrimos nossas razões !

Cada trago que ofertava...sentia um fraterno sonho
tocar meu rosto risonho,como querer pedir pata...
- Mas todo nó se desata, me disse o tempo em certeza,
e a nossa buena destreza só se descobre andejando
( que até as flores brotando revelam cores pra a terra ),
E ao nosso ciclo que encerra,"hay" que viver sem apuros
pois nunca haverá escuro num tempo que finda as guerras !



De: Matheus Costa
Postado por: Elliézer Garcez - @elliezergarcez

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

FESTIVAL CÉSAR PASSARINHO - 4ª Edição - INFORMAÇÕES, REGULAMENTO E FICHA DE INSCRIÇÃO.



Caxias do Sul /RS/Brasil

19 e 20 de Janeiro de 2012

Local:

Pavilhões da Festa da Uva (24º Rodeio Crioulo Nacional de Caxias do Sul)

Realização:

25ª REGIÃO TRADICIONALISTA

Coordenação:

HARDEN CONSULTORIA CULTURAL

Locais de Inscrição:

25ª REGIÃO TRADICIONALISTA

Rua Teixeira de Freitas, 1461

Bairro Sagrada Família

Cep: 95054-510

Telefone(54) 3238- 1228

Celular: (54) 99091050

IGTF – POA

Av. Borges de Medeiros, 1501 – sala 10

CEP 90119-900 – Porto Alegre – Rs

Fone (51) 3228.1711 – c/ Praxedes

Telefones para informações:

(54) 3238-1228-25ª Região Tradicionalista

(54) 99568988- Jó Arce

(51) 92978860- Fabrício Harden(coordenador)

site: www.25rt.com.br

e-mail: coordenadoria@25rt.com.br



CLIQUE AQUI para obter a Ficha de Inscrição e o Regulamento do Festival.



Postado por: Elliézer Garcez - @elliezergarcez

1ª Tertúlia Solidaria em benefício do Lar da Criança São Luiz Gonzaga.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Coração de Campo vence o Ponche Verde da Canção Gaúcha




Fabiano Bacchieri, Xiru Antunes, Adriano Alves e Quarteto Coração de Potro ganham o festival com a música "Coração de Campo" que tem Letra de Adriano Alves e Xiru Antunes, e Música de André Teixeira, interpretada por Fabiano Bacchieri.
Abaixo o vídeo da música.


http://www.youtube.com/watch?v=j2RrKeuetJc

Resultado - 26º Ponche Verde da Canção Gaúcha e 10ª Mostra do Canto Campeiro de Dom Pedrito.

Foto da composição De Mala, Cuia e Violão, vencedora da 10ª Mostra do Canto Campeiro (Na foto: Patrique Severo, Marcio Fonseca, Thaize Teixeira, Cicero Fontoura, Jorge Rodrigues).

10ª MOSTRA DO CANTO CAMPEIRO – DOM PEDRITO

RESULTADO FINAL

1º LUGAR: DE MALA, CUIA E VIOLÃO – letra: Jorge Rodrigues (Pixote), música: Cícero Fontoura – intérpretes: Cícero Fontoura e Ricardo Fontoura
Troféu e R$ 1.000,00

2º LUGAR: LEGADO DE PAZ - Letra: Sandro Maia Castilho - música: Alexson Massagão – intérprete: Vitor Silva
Troféu e R$ 500,00

3º LUGAR: VIVANDEIRA – letra e música Sérgio Roberto Vieira – intérprete Thaize Texeira
Troféu e R$ 300,00
MELHOR POESIA : VIVANDEIRA - Sérgio Roberto Vieira
Premiação: Troféu
MELHOR MELODIA: LEGADO DE PAZ - Alexson Massagão
Premiação: Troféu
MELHOR INTÉRPRETE: VITOR SILVA – (MUSICA LEGADO DE PAZ)
Premiação: Troféu
MELHOR INSTRUMENTISTA: PATRIQUE SEVERO (MUSICA DE MALA, CUIA E VIOLÃO)
Premiação: Troféu
MELHOR TEMA SOBRE A PAZ – LEGADO DE PAZ – Letra: Sandro Maia Castilho - música: Alexson Massagão – intérprete: Vitor Silva
Premiação: Troféu
MÚSICA MAIS POPULAR – DE MALA, CUIA E VIOLÃO – letra: Jorge Rodrigues (Pixote), música: Cícero Fontoura – intérpretes: Cícero Fontoura e Ricardo Fontoura
Premiação: Troféu e R$ 300,00


Resultado - 26º Ponche Verde da Canção Gaúcha

1º lugar - Coração de campo - milonga
Letra: Adriano Silva Alves e Xirú Antunes
Música: André Teixeira
Intérprete: Fabiano Bacchieri

2º lugar - Pelo espelho do rio (chamamé)
Letra: Mateus Neves da Fontoura
Música: Marcelo Oliveira
Intérprete: Arthur Mattos

3º lugar - O d'onde venho (rasguido)
Letra: Gujo Teixeira
Música: Luciano Maia
Intérprete: Gustavo Teixeira

Música mais popular - Pátria pampa (milonga)
Letra: Sérgio Roberto Vieira
Música: Sérgio Roberto Vieira
Intérprete: Vitor Silva e Júnior Rodrigues Martins

Melhor letra - O d'onde venho (rasguido)
Letra: Gujo Teixeira
Música: Luciano Maia
Intérprete: Gustavo Teixeira

Melhor melodia - Pelo espelho do rio (chamamé)
Letra: Mateus Neves da Fontoura
Música: Marcelo Oliveira
Intérprete: Arthur Mattos

Melhor tema sobre a paz - Levando a pátria nos tentos (milongão)
Letra: Alvandy Rodrigues
Música: Raúl Quiroga
Intérprete: Raúl Quiroga e Grupo Americanto

Melhor intérprete - Marcelo Oliveira (por O desenho da flor)
Melhor instrumentista - Ricardo Comassetto (gaita botoneira, por Pelo espelho do rio)



Elliézer Garcez - @elliezergarcez